<< Portfólio Senac Moda Informação |
O verão quer viver de corpo e alma os anos 1970, a década mais visitada na temporada dos desfiles internacionais, e não por menos... Naquele tempo, falava-se de paz e amor, individualidade, liberdade, conforto e atitude.
O estilo contemporâneo ready-to-wear da Rive Gauche de Yves Saint Laurent foi a grande inspiração dos criadores, afinal ele foi o primeiro designer a ter desejado vestir a rua, democratizando a moda.
A passarela também contemplou um novo minimalismo, maximizado pelas cores, estampas e o contraste das formas.
A estação teve um mágico balanço entre shapes, comprimentos, cores, estampas e decórs.
Posso dizer que as coleções estavam repletas de energia, otimismo e vibração como há muito não se via, e, além disso, mais comercial, portável, e... deliciosamente desejada!
Fresco e delicado como um jardim na primavera.
Meninas camponesas com aventais, jardineiras e salopetes de alças cruzadas nas costas, shorts, macacões, pantacourts, blusas ombro a ombro, batinhas, banhos de sol, miniblusas (D&G).
E para o baile no jardim, vestidos com respiro dos anos 1950 e 1920, fórmulas inspiradas na lingerie retrô (Erdem e Dior) ou ainda shapes simples ressaltando o valor dos bordados com lembranças no tradicional enxoval de luxo (Dolce & Gabanna).
Tecidos e padrões: rendas chantilly, renascença e guipure, bordados inglês, suíço, laise e rechilieu, crochê, chambray, denim, seda, voal, transparências, importância dos plissados e aplicações de flores.
Estampas: florais, frutas, vichys, poás e abstratas aquareladas.
Estilistas: John Galliano, Emanuel Ungaro, Antonio Marras, J.Mendel, Luisa Beccaria, Bottega Veneta, Cacharrel, Sportmax, Peter Son, Maurizio Pecoraro.
Puro e simples ou composto e maximizado.
A Prada batizou de simplicidade exagerada e minimal barroco.
De modo geral, o estilo foi renovado pelo uso de transparências, cores fortes e estampas.
Destacou-se também no contraste das formas a procura de novos volumes.
Silhuetas easy, mais acessíveis com ares de anos 1960/1970/1990.
Elegância equilibrada, sobreposições (Calvin Klein).
Tecidos: crepes, cady de seda, algodão compacto, transparências, linhos, cetim duchese, couro.
Estampas: barrocas e listras.
Estilistas: Jil Sander, Derek Lam, Nicolle Miller, Max Mara, Giambatista Valli, Celine, Chloé, Costume National.
Vigor atlético, prático e funcional, algumas vezes com traço minimalista.
Toque gráfico, mix de matérias.
Ciclistas, bermudas, leggings, joggers, macacões, regatas, bustiês, anoraks, jaquetas, judocas.
Tecidos: neoprene, segunda pele, mesh, metalizados, iridescentes, plastificados, emborrachados, nylon.
Detalhes: costuras contrastantes, cadarços, cordões, amarrações, ilhoses, tic-tacs, fivelas, zíperes.
O megatema da estação foi dividido nas seguintes direções: rock fever, sedução andrógina, hippie chic e blue jeans.
Glamour sexy, snob, hedonista – inspirado no Studio 54 (famosa discoteca de Nova York em 1976), superovacionado no desfile de Marc Jacobs.
Ícones da época: Lauren Hutton, Bianca Jagger, Liza Minelle, Diane Furstemberg, Angelica Huston, Rita Lee.
Cintura saint tropez e, no lugar, calças de boca larga, sino e flare, pantacourt, fendas vertiginosas nas saias e pantalonas, bainhas assimétricas, drapeados, frente-única, ombro só, macacão, macaquinho, shorts com saia ou casaco.
Importante: blocos de cores fortes e contrastantes.
Brilhos, paetês e lantejoulas.
Plataformas, plumas e peles.
Tecidos e materiais: couro, suede, brilhos laminados, jerseys líquidos, transparências, tricôs de influência Missoni, lurex.
Estampas e padrões: geométricas, peles de animais: zebra e leopardo, listras.
Estilistas: Anna Sui, Cynthia Steffe, Missoni, Louis Vuitton.
Punks modernos, glam ou vintage.
Alfaiatarias gênero tomboy, jaqueta biker, shorts, skinny, t-shirts.
Meias arrastão, bota vitoriana, coturno e escarpin.
Tecidos: denim, couro, snake (cobra), malhas em geral, tricoline, mesh, renda, organza, tafetá, cetim de algodão.
Estilistas: Balmain, Balenciaga, Jean Paul Gaultier, Jeremy Scott, Burberry.
Yves Saint Laurent mesclou o universo deles e delas, nascendo então a moda unissex,
do terninho 1971 ao smoking 1975.
Paletós de ombros estruturados muitas vezes com shape box (mais quadrado, quase retangular), calças de boca larga, cintura no lugar, frente flat.
Camisas e mais camisas que explodiram no guarda roupa feminino, coletes, jaquetas.
Tecidos: de camisaria em geral e alfaiatarias de verão.
Estilistas: Viktor & Rolf, Dsquared, Dries Van Notten, Marc By, Salvatore Ferragamo.
E lá vão elas... caminhando contra o vento.
Vestidos e saias esvoaçantes, blusas, miniblusas, caftans, batas e túnicas, coletes, calças saint-tropez (cintura baixa), boca de sino, babados, bordados, aplicações, patchworks, franjas em profusão.
Tecidos e materiais: voal, chifon, seda, renda, tule, rib, suede, chambray, denim, macramês, crochês.
Estampas: cachemires, lenços, patchworks, barrados, florais, tie-dye.
Influências étnico-folk vindas do Marrocos, da Índia, do Peru e dos índios americanos.
Sandália rasteira, spadrille, botas, lenços e bijoux em ouro velho/prata.
Estilistas: Blumarine, Anna Sui, Derek Lam, Just Cavalli, Pucci, Alberta Ferretti.
O chambray e o denim continuam fortes, muitas vezes usados em total look com formas dos anos 1970.
Estilistas: Stella Mac Cartney, Derek Lam, Celine, Thakoon, Rochas.
Um olhar para o oriente visto no desfile da Louis Vuitton e nas estampas de Dries Van Notten, Vera Wang e Philosophy.
Marinheiras: retrô em Dior e Betsey Johnson ou gamines modernas em Junya Watanabe.
Boa pesquisa,
Aissa Heu Basile
Trend-setter