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Redes Sociais & Cultura de Paz - Diálogos sobre Práticas Restaurativas

Para apresentar um assunto tão novo quanto envolvente, como são as Práticas Restaurativas na Prevenção e Resolução de Conflitos, a equipe do Senac São José do Rio Preto convidou três diferentes especialistas para embasar, esclarecer e exemplificar as possíveis abordagens, tais como os Círculos de Paz, de Celebração e os Restaurativos.

A professora dra. Luciana Nogueira, da Unesp, iniciou os diálogos resumindo parte dos estudos do psicólogo e educador suíço Jean Piaget sobre a construção do pensamento infantil, em especial do julgamento moral. A partir de entrevistas e aplicação de jogos, estabeleceu padrões de comportamento sobre a mentira e a justiça, nas diferentes faixas etárias, conforme a fase do desenvolvimento cognitivo.

Ela explicou que, mesmo os adultos, se não estimulados moralmente, podem nunca adquirir a capacidade de autorregulação, isto é, compreender o sentido do que é certo e errado (Immanuel Kant) e conter a vontade de infringir regras, fazendo isso por princípio e não por obediência, baseada no medo da punição.

A justiça passa pela noção de equilíbrio e reciprocidade e é aplicada quando surgem conflitos e relações assimétricas de poder para a reparação de danos e reconexão dos laços sociais. Esse foi o ponto de partida da psicopedagoga da Unesp Lara Cucolicchio Lucatto, para apresentar aos presentes o conceito e as etapas dos Círculos Restaurativos, em especial a partir da Justiça Restaurativa no Brasil.

A eficácia do trabalho restaurativo, seja na superação da violência, seja na redução das reincidências, está, sobretudo, no processo empático e coletivo, em que os prejuízos da ação violenta são trazidos à tona por todas as partes envolvidas, favorecendo a corresponsabilização e a assunção de novos caminhos em rede. “Ao criar um espaço seguro, de confiança e diálogo, há a oportunidade de todos expressarem e validarem suas emoções, dando lugar a um novo futuro”, explicou Lara. É esse significado que dá sentido a um comportamento mais pacífico e socialmente aceito.

Concluindo os diálogos sobre as Práticas Restaurativas, Deise Maciel de Queiroz foi convidada a compartilhar com o público presente a história e os resultados da mudança gerada a partir da implementação dos Círculos de Paz, desde quando assumiu, há oito anos, a direção da Escola Municipal Professor Roberto Jorge, localizada no bairro Gonzaga de Campos, em São José do Rio Preto.

Habilidades sociais e emocionais, escuta atenta, empatia, valorização da diversidade, negociação e cooperação foram algumas das competências trabalhadas, tanto com alunos quanto com funcionários, por meio de vivências, rodas de conversa, saraus poéticos, gincanas cooperativas, varal dos sonhos, assembleias e criação de acordos de convivência. O Bolsão de Ideias foi um dos exemplos trazidos como forma de planejamento de melhorias e solução de conflitos coletivamente.

Deise explicou que sistematizar valores e o objetivo de que todos contribuam para uma cultura de paz, criando um sentimento positivo e de pertencimento nos alunos dentro dos documentos escolares, foi um catalizador do processo de mudança. “A Cultura de Paz aparece como meta no nosso plano escolar, no projeto político-pedagógico e no regimento interno da escola. Mas, além disso, trabalhar em conjunto com a comunidade e com os parceiros foi essencial para concretizar nossas ações”, finalizou a diretora, ressaltando a importância das duas expressões que dão nome a esse evento: redes sociais e cultura de paz.

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