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Redes Sociais & Cultura de Paz – Diálogos e Mediação: por uma cultura de paz no território

Durante um dia inteiro, os membros da Rede Social Luz e Bom Retiro se emocionaram com a concretização de um sonho iniciado ainda no primeiro semestre, que teve como palco o hall do Senac Tiradentes e como protagonistas organizações como o grupo Ser Música, o Coopera Sampa, o Serviço de Assistência Social à Família (Sasf), Unibes Bom Retiro e também o do Cambuci, a Pinacoteca do Estado, o Instituto Barrichello, o Memorial da Resistência, além de docentes e funcionários do Senac.

Organizado em rede e para a rede, o evento teve um início musical com boas-vindas ao som de voz, violão e instrumentos de diferentes notas feitos de garrafa pet, à disposição dos visitantes. As canções atraíram para a decoração de uma árvore com desejos de paz e para um café da manhã delicioso, que culminou numa interação ritmada de música circular, mediada por atividades colaborativas que conduziram os participantes ao auditório.

A motivação para os diálogos iniciais do dia foi a partir da pergunta: Como colaborar para uma cultura de paz no território? Gabriela Aidar, do Núcleo de Ação Educativa da Pinacoteca, e Beth Cerri, do Instituto para o Desenvolvimento Humano e Organizacional, contaram sobre iniciativas inspiradoras, voltadas a públicos em situação de vulnerabilidade.

Gabriela trouxe como boa prática o exemplo do processo transformativo pelo qual passou Medelín, na Colômbia, a partir de forte priorização de investimentos em ações socioeducativas e culturais. “É necessário assumir a cultura como chave para a construção de equidade, inclusão e convivência”, disse a gestora, citando Jorge Melguizo, ex-secretário de Cultura e de Desenvolvimento Social da cidade, que nos anos 1990 foi considerada a mais violenta do mundo. “Precisamos ouvir para interpretar e questionar”, completou, convidando a plateia a compartilhar práticas pessoais de fortalecimento da cultura de paz no território.

Por fim, Beth enriqueceu a reflexão a partir de sua história na condução de um projeto de cultura de paz pelo esporte no Instituto Barrichello, algo totalmente novo para a educadora, que é especialista em mediação de conflitos. “O exercício da gratidão, da empatia e da comunicação não violenta transformou radicalmente minha forma de interpretar o mundo após uma crise de fadiga crônica. Continuo sentindo raiva e indignação com as injustiças, mas hoje consigo reagir sem me ferir e sem ferir o outro”, compartilhou.

À tarde, o romeno Joshua Stul, morador da região, recepcionou os participantes e deu continuidade aos diálogos associando sua experiência no Holocausto e a luta pela sobrevivência em um campo de concentração, com situações cotidianas do presente. “Estou aqui para alertar para que essas atrocidades radicais não se repitam hoje. Quero que meus netos vivam numa sociedade justa e livre de racismo, homofobia ou qualquer outra ideologia insana”, emocionou-se.

Para revitalizar os presentes, oficinas colaborativas com a produção de capas sobre o bairro, esporte e comunicação não violenta, diálogo e mediação foram conduzidos pelos parceiros durante todo o período da tarde. Momentos preciosos de reconhecimento, fortalecimento de vínculos e pertencimento ao território.

Todos os participantes expressaram sentimentos de estímulo e força de vontade para os desafios futuros da rede durante a parte final do evento. Palavras como renovação, fortalecimento e luta apareceram em depoimento e em poesia. Planos, novos encontros e projetos para a disseminação da cultura de paz saíram acordados para 2018. “Sonhamos com uma cidade com mais conexão, cooperação e paz. Hoje, contribuímos um pouquinho”, concluiu a docente do Senac, que acaba de se aposentar (mas não de fazer parte da rede como moradora do bairro), Vilma Jurevicius, que animou o processo desde o começo. Missão cumprida por enquanto!

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