Art Déco
Puro e clean. Esses são alguns dos adjetivos que comumente acompanham as linhas retas e circulares e a geometria própria desse estilo, cuja expressão encontra abrigo no mobiliário, no design, na decoração, na arquitetura e nas artes plásticas.
Deriva do movimento Art Nouveau, alinhado às vanguardas do início do século 20, e se manteve como referência entre os anos 1920 e 1930. Traços de cubismo, abstração geométrica, construtivismo e futurismo frequentam as obras do gênero. A partir da Exposição Internacional de Artes Decorativas, realizada em Paris em 1925, ganha posição de movimento artístico.
As produções eram marcadas pelo luxo e abusavam de materiais como jade, laca e marfim. A burguesia do pós-guerra foi público fiel. Entre os artistas, destacam-se o estilista e decorador Paul Poiret (1879-1944), a pintora e designer Sonia Delaunay (1885-1979) e o joalheiro e vidreiro René Lalique (1860-1945).
Após a exposição Art Déco, no museu Metropolitan, de Nova York, em 1934, o estilo ganhou maior destaque na Europa e nos Estados Unidos. E aproximou-se da produção industrial e da vida cotidiana, com produtos como cartazes, anúncios, utensílios domésticos, moda, mobiliário e acessórios femininos.
No Brasil, obras de Victor Brecheret (1894-1955) e de Vicente do Rego Monteiro (1899-1970) carregam referências do Art Déco.
Art Nouveau
“Curvas violentas e repentinas geradas pelo estalar de um chicote”, foi o comentário da revista Pan para o quadro Cyclamen (1894), de Hermann Obrist, atribuindo as primeiras definições sobre o estilo. Com presença na Europa e nos Estados Unidos, sobretudo entre 1890 e a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), a escola dialogou com a arquitetura, as artes decorativas e gráficas e o design mobiliário.
Foi influenciada pelo movimento social e estético inglês Arts and Crafts, liderado por William Morris (1834-1896). Seu nome vem da galeria parisiense L’Art Nouveau, do colecionador Siegfried Bing. Na Exposição Universal de Paris de 1900, arquitetos e designers modernos apresentaram projeto de redecoração do espaço, dando visibilidade ao movimento.
O Art Nouveau é bastante marcado por linhas curvas, ondulantes e assimétricas que evocam formas da natureza. O ferro, o vidro e o cimento aparecem com frequência. Acompanha a industrialização e o fortalecimento da burguesia, assim como a racionalidade das ciências e da engenharia.
O estilo critica o historicismo acadêmico do século 19, o sentimental e o romântico. Busca representação na vida moderna e propõe uma beleza acessível, tal qual a indústria e a produção em massa. Influenciou artistas como Antoni Gaudí (1852-1926), Gustav Klimt (1862-1918) e Henry van de Velde (1863-1957) e os brasileiros Victor Brecheret (1894-1955) e Di Cavalcanti (1897-1976).
Ecletismo
Liberdade para escolher um conjunto de referências e estilos anteriores em um determinado processo de produção, sem, no entanto, gerar novos estilos. Considerado como método científico ou filosófico, o Ecletismo perpassa produções de mobiliário, peças de design, de decoração, arquitetura e artes plásticas.
O termo foi apresentado à historiografia da arte no século 18 pelo teórico alemão Johann Joachim Winckelmann (1717-1768), que defendeu a junção harmônica das excelências de seus predecessores em uma obra singular.
Como movimento artístico, é originário da arquitetura do século 19. Arquitetos franceses, questionando o estilo greco-romano, adotaram referências do gótico e do românico.
Entre suas características, estão formas simétricas e a busca da grandiosidade e riqueza decorativa. Fonte de inspiração e inovação, inúmeras capitais do país abrigam obras do ecletismo arquitetônico, destacando-se o Teatro Amazonas, em Manaus, e o Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte.
No Brasil, o estilo se manifesta em obras dos arquitetos Adolfo Morales de Los Rios (1858-1928), Ramos de Azevedo (1851-1928) e Heitor de Mello (1875 -1920).
Para saber mais sobre estilos e design, confira a seguinte bibliografia:
BURDEK, B. E. Design: história, teoria e prática do design de produtos.São Paulo: Blucher, 2006.
FORTY, A. Objetos de desejo: design e sociedade desde 1750. São Paulo: Cosac Naify, 2007.
LEON, E. Design brasileiro: quem fez, quem faz. São Paulo: Senac, 2005.
SCHNEIDER, B. Design. Uma introdução: o design no contexto social, cultural e econômico. São Paulo: Blucher, 2010
SUDJIC, D. A linguagem das coisas. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2010.