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  Projeção da taxa de ocupação nas 12 cidades-sede da Copa do Mundo no Brasil 6ª edição – Novembro de 2014

Conclusões


Placar da Hotelaria, o término de um ciclo

O Placar da Hotelaria 2015 foi desenvolvido por iniciativa do FOHB e da HotelInvest, em parceria com o Senac São Paulo. O estudo foi criado em 2010 com o objetivo de monitorar a evolução dos mercados hoteleiros nas 12 cidades-sede da Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014TM, de maneira a colaborar com o desenvolvimento ordenado do setor e evitar o crescimento excessivo da oferta hoteleira nos destinos analisados. Durante estes 4 anos e 6 edições do Placar, com atualizações semestrais e anuais, o estudo projetou as taxas de ocupação das cidades-sede para o ano de 2015, tornando-se referência para hoteleiros e investidores.

Iniciamos as projeções em um momento que o Brasil passava por um período promissor, com forte crescimento econômico (em 2010, o PIB brasileiro cresceu 7,5% – o maior valor em 25 anos) e grande visibilidade internacional, com a atração de investimentos externos e eventos como a Copa do Mundo FIFA Brasil 2014TM e os Jogos Olímpicos Rio 2016TM. De 2010 para 2014, o cenário mudou drasticamente. A previsão de crescimento da economia para este ano é de apenas 0,28% (Boletim Focus, 10/10/2014) e o país enfrenta um período de incertezas econômicas. Saímos de um patamar com forte crescimento de demanda hoteleira e reajustes de diárias e vemos hoje mercados com perspectivas mais modestas, porém ainda positivas em diversas regiões.

Sob a perspectiva de novos investimentos hoteleiros no país, o Placar identificou um pipeline em crescimento. Em 2010, o número de novos quartos previstos nas cidades-sede era de, aproximadamente, 9 mil. Nesta última edição, além dos 7 mil quartos inaugurados nos últimos 2 anos, constam outros 19 mil com abertura prevista até o final de 2015. O crescimento econômico histórico do país e a criação de incentivos públicos foram alguns dos fatores que impulsionaram os novos projetos hoteleiros pelo território nacional, a maior parte concentrados nos segmentos econômico e midscale.

Durante este período, a hotelaria brasileira se preparou para receber o evento esportivo de maior audiência internacional. Desde o anúncio da Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014TM, havia a preocupação em acomodar adequadamente organizadores, atletas e visitantes. Além da expansão do parque hoteleiro nacional, acompanhada pelo Placar, as principais redes hoteleiras investiram em reformas de hotéis em operação e capacitação profissional de seus colaboradores.

Terminado o evento, podemos dizer que a hotelaria brasileira marcou um golaço! Somente nos hotéis de redes associadas ao FOHB, foram 980 mil diárias comercializadas durante o período da Copa. Durante os dias de jogos e vésperas todos os destinos alcançaram ocupação de, pelo menos, 80%. A exceção foi São Paulo, que detém o maior parque hoteleiro do país e obteve ocupação média de 66% nesses dias. O Rio de Janeiro liderou a taxa de ocupação não só nos dias de jogos (92%), mas também em todo o período da Copa (87%). Outro ponto importante foi a imagem positiva e a exposição do país como destino turístico internacional durante a realização do mundial. Neste quesito tivemos uma oportunidade ímpar e os resultados mostram- se positivos. Segundo um estudo da FIPE, divulgado pelo Ministério do Turismo, 83% dos turistas estrangeiros internacionais consideraram que a visita ao Brasil durante a Copa do Mundo atendeu plenamente ou superou as expectativas. E, o mais importante: 95% desses turistas têm a intenção de voltar.

O turismo, sem dúvida, será um dos setores mais beneficiados com o legado da realização da Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014TM. A partir de agora, são necessárias ações que fortaleçam a imagem do país no exterior, ressaltando nossa capacidade de sediar grandes eventos, a hospitalidade de nosso povo e nossos atrativos. Com relação ao setor hoteleiro, para aqueles mercados em que a superoferta é ou será uma realidade nos próximos anos, inicia-se um período mais crítico, em que o desenvolvimento de ações estratégicas de divulgação dos destinos e a captação de novos investimentos, públicos e privados, serão essenciais para a retomada do crescimento de demanda hoteleira e melhoria do desempenho hoteleiro local.

De qualquer forma, apesar do excesso de oferta em algumas cidades, os resultados apontam para um patamar de ocupação que pode voltar a níveis saudáveis rapidamente, caso a economia brasileira retome seu potencial de crescimento. Com poucas exceções, o setor está longe de vivenciar a crise generalizada de condo-hotéis que marcou o início dos anos 2000 em algumas capitais.

De nossa parte, FOHB, HotelInvest e Senac São Paulo, entendemos que cumprimos um papel importante para o mercado: compartilhar informações e contribuir para uma evolução saudável do mercado.