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  Projeção da taxa de ocupação nas 12 cidades-sede da Copa do Mundo no Brasil 6ª edição – Novembro de 2014

Análise de resultados



A 6ª edição do Placar da Hotelaria 2015 (Nov/2014) traz algumas mudanças em comparação com a edição anterior. Dos mercados analisados, 4 tiveram aumento de nova oferta com previsão de inauguração até 2015: Cuiabá (+1 hotel), Fortaleza (+1), Recife (+1) e Rio de Janeiro (+5). Nas demais capitais, o número de novos projetos permaneceu estável ou foi reduzido. Alguns projetos tiveram suas aberturas adiadas, devido, principalmente, a atrasos nas obras.

Dos 107 novos projetos considerados para as 12 capitais analisadas, 65 hotéis (ou 61% do total) deverão entrar em operação em 2014 e 42 (ou 39% do total) deverão ser inaugurados até o final de 2015. Dos 65 projetos previstos para 2014, 33 já foram inaugurados no 1º semestre do ano e estão em operação. No total, os novos hotéis incluídos no estudo do Placar representam um incremento de 16% na oferta de quartos atual nas cidades-sede, somando 19.242 novas UHs previstas para serem inauguradas até 2015 – destas, 5.409 já entraram em operação.

Sob o ponto de vista da evolução da demanda hoteleira, a desaceleração da economia brasileira tem contribuído negativamente para o desempenho de alguns dos mercados estudados. Porém é importante destacar que algumas capitais apresentaram bons níveis de crescimento de demanda no ano de 2013, seja em razão de investimentos regionais ou da acomodação de demanda anteriormente não atendida por novos hotéis que entraram em operação.

Para 2014 e 2015 espera-se que as taxas de crescimento de demanda sejam menores. Desde o início de 2014, observa-se a redução das expectativas de crescimento do PIB nacional. Além disso, o cenário político incerto, proporcionado pelas eleições estaduais e federal, também pode impactar a atividade hoteleira no segundo semestre. Para 2015, o ritmo de investimentos na economia deverá ser menor do que o observado em anos anteriores e muitos analistas entendem que será um ano de ajustes fiscais e possíveis reformas. Apesar disso, alguns mercados apresentam realidades locais distintas e devem conseguir manter bons níveis de crescimento de demanda.

Com relação à evolução da nova oferta, Belo Horizonte permanece sendo o destaque em números de novos projetos. Somente no primeiro semestre de 2014, 20 novos hotéis foram instalados na capital mineira. Até o final de 2015, outros 14 empreendimentos deverão ser inaugurados na cidade. Em seguida, aparece o Rio de Janeiro, com 23 novos projetos até 2015. A maioria desses novos hotéis estará situada na Barra da Tijuca (aproximadamente 70% do número total de novas unidades habitacionais previstas para a cidade). Conforme já adiantado em outras edições do Placar, é provável que essa região consolide como um mercado hoteleiro com dinâmica distinta da que já existe na Zona Sul e no Centro da cidade. Devido à distância entre essas regiões, esses mercados hoteleiros deverão se comportar de forma independente, apresentando geradores de demanda e níveis de ocupação e diária média diferentes.

Observa-se que, assim como na edição anterior, 6 das 12 cidades-sede apresentam maiores possibilidades de impacto na ocupação durante o pós-Copa em algum dos segmentos analisados. Dos mercados identificados anteriormente com alto risco de superoferta de hotéis no período pós-Copa, Belo Horizonte, Brasília (segmento midscale), Cuiabá (segmento midscale), Manaus e Porto Alegre (segmento econômico) permanecem na mesma condição. Salvador, que antes apresentava risco moderado, passou a apresentar cartão vermelho também. Em alguns desses mercados observa-se que a entrada de novos hotéis em 2014, atrelada à redução das taxas atuais de crescimento de demanda, já impacta negativamente o desempenho do setor, como são os casos de Belo Horizonte, Manaus e Salvador. O aumento expressivo de oferta nesses mercados intensificará a competição entre os hotéis e poderá comprometer o desempenho financeiro de alguns empreendimentos.

Já os mercados com risco baixo de superoferta devem manter boas taxas de ocupação após a Copa do Mundo. São eles: Curitiba (econômico), Fortaleza (midscale), São Paulo (todos os segmentos) e Rio de Janeiro (segmentos econômico e upscale). Nestes mercados, o risco de a oferta crescer muito acima da velocidade da demanda ainda é pequeno.

Por fim, encontram-se os demais mercados com risco moderado: Curitiba (segmento midscale), Natal (segmento midscale) e Porto Alegre (segmento midscale) permanecem com cartão amarelo. Recife (segmento midscale), que antes apresentava cartão vermelho, registrou melhora e passou a oferecer risco moderado. De modo geral, estes mercados não sinalizam baixas taxas de ocupação futura, mas a inauguração de mais hotéis pode levar a taxa de ocupação para níveis preocupantes. Em tais cidades, caso a economia retome um ritmo de crescimento mais acelerado, a recuperação do desempenho do setor pode ser mais rápida.

Vale reforçar que a taxa de ocupação é apenas um dos indicadores da saúde de um mercado hoteleiro. Apesar de ser uma importante direcionadora dos níveis de diária e lucro, ela não deve ser utilizada isoladamente para determinar a viabilidade de um empreendimento hoteleiro, nem para tomar decisões de investimento. Cada projeto possui características únicas que o diferenciam da média do mercado e afetam sua rentabilidade de maneira distinta. Por isso, se desejar investir em hotéis, analise cuidadosamente o mercado, o terreno e o projeto.